General Nunda e as Trapalhices do PGR

Quando, em Dezembro passado, João Lourenço nomeou o general Hélder Pitta Grós para procurador-geral da República, as opiniões abalizadas dividiram-se sobre a militarização contínua da referida instituição judicial. Depois de dez anos sob a bota truculenta do general João Maria de Sousa, esperava-se que, finalmente, a PGR tivesse um jurista à altura para reformar a instituição e zelar pela legalidade. Passados três meses em funções, o general Hélder Pitta Grós criou uma trapalhice que gerou a maior onda de protestos no seio das Forças Armadas Angolanas (FAA). Primeiro, ultrapassando largamente as suas competências, foi pessoalmente ao gabinete do chefe do Estado-Maior General, general Geraldo Sachipengo Nunda, para lhe pedir que se demitisse, uma vez que pretendia envolvê-lo no processo judicial da famigerada burla dos 50 mil milhões de dólares. Depois, a Procuradoria-Geral da República anunciou que o general Nunda fora constituído arguido, incluindo por crimes de associação de malfeitores e […]

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O General Que Abandonou o Governo de Santos

Há cerca de um ano, o general Mateus Miguel Ângelo “Vietnam”, de 61 anos, colocou o seu cargo de secretário de Estado da Reinserção Social à disposição do presidente José Eduardo dos Santos e regressou à sua terra natal, na província do Cunene, para se dedicar ao cultivo do milho. Desde então, o general Vietnam tem-se dedicado exclusivamente à agricultura, mas o presidente continua a alimentar a ilusão pública de que o ex-secretário de Estado se mantém em funções, sob a alçada do ministro da Reinserção Social, João Baptista Kussumua. Em 2006, era então chefe do Estado Maior do Exército das Forças Armadas Angolanas (FAA), o general Vietnam foi nomeado vice-ministro [cargo hoje designado como secretário de Estado] da Reinserção Social, com o objectivo de o acomodar politicamente. O general era considerado como o mais apto candidato ao posto de chefe do Estado-Maior General das FAA, para o qual acabou […]

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O Grave Erro do Presidente Segundo o General Zé Maria

O chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general António José Maria “Zé Maria”, convocou recentemente um encontro para informar os seus subordinados de que o presidente José Eduardo dos Santos cometeu “um erro grave”, ao anunciar a sua retirada política em 2018. Durante o encontro, que se supunha ser de carácter operacional, segundo soube o Maka Angola, o general Zé Maria manifestou-se visivelmente irritado com a decisão presidencial, que o terá apanhado de surpresa. Para o general, conforme fontes fidedignas, o anúncio foi precipitado dada a volatilidade da situação económica e social, para a qual o executivo carece de soluções. Na análise do referido oficial, o anúncio vem apenas semear a confusão no seio dos partidários do regime, sem que o presidente tenha um plano efectivo para garantir a sua saída sem perturbações políticas ou outras consequências piores. No entanto, o general também não terá oferecido ideias […]

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O Laboratório do General Zé Maria e o Agente Português

Há já vários meses, o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general António “Zé” Maria, tem vindo a liderar um laboratório de ideias com vista a criar um clima de instabilidade no seio das Forças Armadas Angolanas (FAA), de modo que justifiquem purgas. Esta estratégia é conhecida como “a purificação das FAA”. A iniciativa visa igualmente implementar manobras de distracção diante do agravamento da situação socioeconómica da maioria dos cidadãos e da notória incapacidade de resposta do governo. Pela mesma via, procura-se desviar as atenções sobre a grande incerteza que paira no seio do MPLA e da sociedade acerca da reforma do presidente José Eduardo dos Santos. Segundo apurou o Maka Angola junto de círculos castrenses, o laboratório conta com a activa participação triangular do adjunto do chefe de Estado-Maior General para a Educação Patriótica, general Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, e do responsável pelo Gabinete de […]

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Alta Tensão nas Forças Armadas

O comandante-chefe das Forças Armadas de Angola (FAA) tem estado a promover, com gestos simbólicos mas extraordinários, a reconciliação com o passado de guerra, através da permissão do enterro familiar de ex-inimigos, como Jonas Savimbi e o seu sobrinho, general Ben-Ben. É preciso muito mais, incluindo a contabilização oficial, nome por nome, de todos os mortos da guerra, civis e militares, para que milhares de famílias angolanas possam, final e legalmente, reconhecer a morte dos seus entes queridos e exorcizar os fantasmas da guerra. No entanto, os gestos do general Lourenço têm sido torpedeados pela sua própria cadeia de comando. As FAA estão a passar por um período de alta tensão que não se registava desde o fim da Guerra, em 2002. A dedicação aos estudos e ao aprimoramento profissional da maioria dos oficiais oriundos da UNITA – e, concomitantemente, do Sul de Angola – é alvo de combate. No […]

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Assessores Diplomáticos do Presidente Esbulham Terra

O empenho com que os homens do presidente espoliam, de forma ilícita, violenta e impune, camponeses e pobres dos seus terrenos está a tornar-se num passatempo perigoso para os perpetradores e para o que resta da imagem de José Eduardo dos Santos. Basta lembrar o caso do actual secretário-geral da Presidência da República, Edeltrudes Costa, contra a camponesa Helena Teka. O banditismo descarado, com recurso à Polícia Nacional e às Forças Armadas Angolanas para os seus assaltos à mão armada contra populares indefesos, parece ser agora a ideologia dos que rodeiam o presidente. Desta vez, o Maka Angola reporta sobre as diligências que o secretário da Presidência da República para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional, e o assessor da Presidência da República para a Área Diplomática — respectivamente os irmãos Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca e Flávio Saraiva de Carvalho Fonseca — têm tomada para a espoliarem […]

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Mais Um Preso Entre o Movimento dos Militares

A Polícia Militar deteve ontem de manhã, 25 de Junho, o membro da Comissão de Reclamação de Sargentos e Soldados não-Demosbilizados das antigas FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola), José Fernandes de Barros, de 48 anos. Segundo o detido, com quem o Maka Angola falou, os membros da sua comissão foram chamados à Unidade da Polícia Militar no Grafanil, em Viana, para procederem ao levantamento de um subsídio único, para cada um, de 55,000 kwanzas (US $550). “Nós temos as guias para recebermos os 55,000 kwanzas. Quando entreguei a minha, disseram-me que eu já tinha sido contemplado. Um dos oficiais retirou-se para analisar o meu caso mas, afinal, era tudo uma fachada”, contou José Fernandes de Barros. “O oficial disse-me: ‘Estávamos à sua procura há já algum tempo, porque foi você quem organizou a manifestação.’ E levaram-me logo para o interrogatório”, acrescentou o detido. José Fernandes de Barros […]

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Desmobilizados Dispersos a Tiro

Centenas de desmobilizados realizaram na manhã de hoje uma manifestação de protesto, em Luanda, que causou pânico na cidade. Os antigos combatentes reclamam o pagamento das suas pensões, muitas das quais em atraso desde há vinte anos. Junto ao largo da Maianga, para onde convergiu o grupo, que tencionava marchar para o Palácio Presidencial, um forte aparato da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e da Polícia Militar dispersou os manifestantes a cassetete e com recurso a gás lacrimogéneo. Vários ex-militares apedrejaram as autoridades. Perto de cinquenta viúvas de guerra juntaram-se também ao protesto, para exigir as pensões que lhes são devidas. Outro grupo marchou em direcção à Embaixada Americana, tendo sido repelido no largo do Cemitério do Alto das Cruzes, também com uso de gás lacrimogéneo e cassetetes. As autoridades recorreram ainda à cavalaria e à brigada canina, a canhões de água, entre outros meios de prevenção antimotim. Como medida […]

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A Casa Militar do Presidente e os Raptos

Passam agora duas semanas desde o rapto de Alves Kamulingue, 30 anos, a 27 de Maio, quando circulava, ao meio-dia, na baixa de Luanda. Kamulingue dirigia-se a uma manifestação que deveria ter juntado antigos membros da Unidade de Guarda Presidencial (UGP) e antigos combatentes, para a reclamação de pensões. A 29 de Maio, o seu companheiro Isaías Cassule, de 34 anos, um dos organizadores da manifestação, também foi raptado, ao anoitecer, no município do Cazenga. Isa Rodrigues, a esposa de Kamulingue, tem recebido chamadas anónimas a dar conta do suposto paradeiro dos desaparecidos algures numa unidade policial na periferia de Luanda. Esses rumores começaram a ser espalhados, entre jornalistas também, para contrapor outros que correm na internet, segundo os quais os raptados terão sido executados. Os números anónimos são, de seguida, desligados, para que as famílias se vejam impossibilitadas de ligar de volta e pedir mais explicações. De certo modo, […]

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