Mãos Livres Apresenta Queixa-Crime Contra Governantes

A associação Mãos Livres apresentou hoje, em Luanda, uma queixa-crime contra vários governantes angolanos, denunciando alegados actos de corrupção e a apropriação ilícita de mais de US$386 milhões.

O advogado David Mendes, que lidera a associação, formulou a denúncia de corrupção, suborno e peculato envolvendo os seguintes dirigentes: Joaquim Duarte da Costa David, antigo presidente do Conselho de Administração da Sonangol e ministro da Indústria; José Paiva da Costa Castro, membro do Conselho de Administração da Sonangol e anterior presidente da Sonangol Londres; José Leitão da Costa e Silva, ex-chefe da Casa Civil do presidente da República; e Elísio de Figueiredo, ex-embaixador de Angola nas Nações Unidas e Singapura. Na mesma queixa são ainda denunciados os cidadãos russos Arkadi Gaydamak e Vitaly Malkin, e o cidadão franco-argelino Pierre Falcone. Segundo David Mendes, os referidos governantes e seus parceiros estrangeiros alegadamente tinham montado um esquema, em funcionamento desde 1999, para o saque de fundos derivados da venda de petróleo, geridos pela Sonangol.

A queixa-crime hoje apresentada ao procurador-geral da República inclui um pedido de protecção de testemunhas, alegando o risco de eliminação física em que incorre o denunciante, seus familiares e colaboradores.

Numa outra iniciativa relacionada, a Associação Mãos Livres publicou hoje, no período da tarde, um relatório sobre corrupção em Angola onde expõe em pormenor os alegados actos de corrupção denunciados na queixa-crime. Além disso, David Mendes e outros activistas angolanos associaram-se à organização internacional Corruption Watch para apresentarem, na Suíça, uma queixa contra dirigentes angolanos e parceiros estrangeiros. Segundo os denunciantes, muitos dos alegados actos de corrupção terão tido lugar em território suíço.

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